terça-feira, 2 de março de 2010
Piso salarial e saúde do trabalhador são os principais pontos da terceira rodada da Negociação Coletiva 2010
Mais uma vez o piso salarial foi o assunto mais debatido durante uma rodada de negociações entre representantes dos trabalhadores em Educação e dos estabelecimentos de ensino. O terceiro encontro da Negociação Coletiva 2010 aconteceu na tarde de sexta-feira, dia 26, na sede do Sinepe, em Florianópolis.
Diante da argumentação dos representantes dos sindicatos que integram a Federação dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino Privado e Fundações Públicas de Direito Privado e/ou Comunitárias do Estado de Santa Catarina – Fetraesc, a falta de objetividade e a postura inflexível do presidente do sindicato patronal dificultaram as negociações. Como resultado, tivemos uma terceira rodada sem avanços no processo negocial.
“Vou levar a questão para discutir com as escolas, mas sei que não vai passar”, afirmou o presidente do Sinepe sobre a questão do piso salarial. Os professores, por sua vez, lembraram o crescimento pelo qual passa o país e também a boa fase do setor da educação privada em Santa Catarina. “Este é o momento para nós, sujeitos políticos, ajudarmos a mudar, a melhorar a imagem da educação privada, através do nosso trabalho”, respondeu o secretário de Assuntos Jurídicos, Relações Trabalhistas e Intersindicais da Fetraesc, Valdir Schwengber, do Sinpaaet.
O presidente do Sinepe tentou justificar a falta de perspectiva de ganho real para os professores com o chamado “Custo Brasil”. Diante desta argumentação, a coordenadora geral da Federação, Adércia Hostin, do Sinpro Itajaí e Região, chamou a atenção para a necessidade de garantir a qualidade de vida para os trabalhadores. “A falta de qualidade de vida dos profissionais também tem um custo. Devemos humanizar as relações de trabalho”, ponderou.
Defendendo a sua visão mercadológica do processo educativo, o representante das escolas foi categórico. “A Educação é um negócio, sim. E todos devem ser bem remunerados por isso”, posicionou-se. Os dirigentes da Fetraesc, então, fizeram questão de lembrar que a expressão “todos”, deve incluir também os professores.
Outros pontos bastante discutidos na reunião foram a carga horária e a saúde dos profissionais da Educação. A secretária adjunta de Comunicação da Fetraesc, Roberta Peinador, pontuou: “o professor sabe que existem atividades extraclasse. Ele só precisa ser devidamente remunerado por isso”. Roberta citou como exemplo a segunda chamada para entrega de provas e trabalhos, cujos valores são cobrados dos alunos mas não são repassados aos professores.
Ao tratar das questões relativas à saúde do trabalhador, o secretário de Organização da Fetraesc, Paulo Sérgio Ledra, do Sinproeste, foi além e utilizou as expressões “sobrecarga”, “terrorismo” e “desemprego”, verdadeiros fantasmas que rondam os profissionais da Educação. Visivelmente pressionado, o representante patronal soube apenas responder, de maneira desastrosa: “se o quadro é esse que os senhores estão pintando, todos têm a opção de mudar de profissão”.
Ao final da rodada, Paulo Sérgio Ledra propôs a reativação da Comissão Paritária, que a cada dois meses reuniria Fetraesc e Sinepe/SC para discussões. O presidente do Sinepe não negou, mas também não confirmou.
A próxima rodada de negociações acontece na próxima terça, dia 2, às 14 horas, também na sede do Sinepe/SC, em Florianópolis.
Fonte: Fetraesc
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